quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Um Retorno Ocasional


Então os dias me fizeram um redemoinho na mente
Agora a rotina me parece um objetivo distante
É cada vez mais angustiante
Não saber, não alcançar a plenitude
Não me deixar levar pela jornada inconstante

E  eu tentei dormir antes da meia-noite
Mas o lobo em mim me mantêm vigilante
À procura das próxima presas:
Minha ansiedade, essa faca pungente
Minha nostalgia, rebeldia e fraquezas

Está difícil suportar a calmaria
O quarto vazio, as lembranças inquietas
Me perco nos vícios, na fumaça
Em público, minhas dores são discretas
Sozinho, sou pra mim uma ameaça

Essas lembranças são amigas que levo
Um reflexo daquilo que não enxergo
Reluzindo em meus olhos
Confundindo os sonhos que eu nego
Me expondo aos vícios que me entrego

O tempo é o tatame onde luto
Levanto, escrevo, leio, fumo
O sono anuncia que não vai chegar
Pra solidão acabar de me matar
Enquanto não durmo.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Olhares Casuais

Eu não quis contagiar ninguém, nem quis seduzir. Eu só quis dizer que eu estava precisando de alguém, mesmo sem conseguir dizer nada. E mesmo que eu não tenha dito nada, as coisas acontecem e fluem muito rápidas. Eu vigio pessoas que deveria esquecer. Enquanto estou com você esqueço tudo. Mas o que vai ser de mim sem o que passou? Porque eu sempre quis que o presente fosse o futuro que sonhei no passado. E eles são uma coisa única: viagens em busca da felicidade.


Agora estou dando mais uma parada na estrada, talvez seja a mais longa e mude muita coisa, talvez eu a aproveite mais do que as outras, porque as outras eu tenho que esquecer... Impressionante como você me faz esquecer. Vamos ver quanto tempo isso irá durar... Eu me deixo levar pra onde eu nunca sonhei. Quem sabe não seja o melhor pra mim. Sempre acho que tudo poderia ser melhor, mas também sei que o natural é nunca estar satisfeito.


A vida, as pessoas..., eu quero sempre o melhor. Meus pensamentos..., o inverno congela os sonhos. O melhor talvez seja inalcançável e pra mim é. E o modo como eu falo e faço tudo é como tento trazer os melhores desfrutes. A carne, a beleza..., eu tenho desperdiçado tudo. As lágrimas, a tempestade..., o futuro está chegando. Não posso mais esperar por ele e eu temo que ele seja igual ao presente, esse dado lançado ao acaso e manipulado pelas mesmas mãos, para sempre viciado. Os presentes têm o hábito de não me agradarem por completo e às vezes até me ferem, e me fazem ferir mais outros sem que eu queira. Eles sangram em minha frente...


Acho que as pessoas olham pra mim e se perguntam: "O que se passa na cabeça dele?" ou "Em que sonhos ele estará navegando?" E devem dizer que sou mais esperto do que penso, e que sou mais forte do que mostro ao mundo, todas as vezes que eu estiver parado, olhando o nada, o tudo.



 Pôr-do-sol, visto da Pedra do Arpuador, Rio de Janeiro - RJ

domingo, 30 de outubro de 2011

Ideal, ou Uma Idéia Casual

Depois de tanto desejar e fracassar, eu juro que nunca mais estarei farto. Porque o preço para a satisfação é algo muito espesso para engolir. Pesado demais para carregar.

Rio e me basto de ideias inoportunas. Choro quando não consigo entendê-las. E o vazio que opera em minha mente se parece com o peso de uma armadura, me preservando das más conclusões.

Um protótipo de uma criança medrosa. Não vejo saída, me sento sob o sol e rezo como se ainda houvesse forças que me proporcionassem asas pra voar. Como se eu soubesse como controlá-las.

Então escuto a voz dos meus ideais. Não a reconheço completamente, mas sei que ela intercede a favor de mim. Só não sei se eu suportaria o ideal. Ou se o ideal é suficiente pra mim.
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Desfaço as palavras que escrevera antes. Agito um poema com uma quebra de linhas que me lembra da inexpressão e desordem com que minha vida seguirá de agora em diante; sem ponto final, sensatez ou boas rimas
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