quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mero Reencontro

O despertador me acordou como sempre. Então percebi melhor o corolário mal-definido da junção de dois mundos em um. Aquele mais antigo, deixado pra trás, alcançou o meu mundo corrente. E tudo que eu sempre esperei esteve bem perto de mim. Mas seus traços imprevisíveis pareciam-me apenas ocasionalidades, e não como o fim dos meus sonhos. Estes peregrinarão pra sempre, tentando nivelar-se à realidade. Aquela que muda e me muda, mutuamente. As vozes metamorfosearam e os rostos transfiguraram-se, preenchendo uma lacuna sem identidade. O passado está mais fresco, o presente amadureceu. E os dois procuram um futuro comum. Não deveria haver pressão, para qualquer desfecho. Os fins são sempre tristes, carregados de imperfeição. Meu desejo se transforma numa necessidade suprida. Somente o bastante que possa. Apenas um tanto cabível. Nada de perfeições. Ou de conclusões. Um tudo de redefinições. Desespero acalmado. Esperança aclamada. Nem perdas, nem ilusões, mas reencontros e agregações.

Sonho s.m. Fig. Ilusão, fantasia, devaneio, utopia. Idéia acalentada, ideal. Desejo intenso e vivo.

"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso." -- Fernando Pessoa
"Somos feitos da mesma matéria dos sonhos." -- William Shakespeare